sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O Corpo e a Fome

A greve de fome é uma estratégia utilizada como pressão política por revolucionários e protestantes para chamar a atenção para sua causa. Seus efeitos morais e resultados práticos geram polêmica e são amplamente discutidos pela população e pela mídia e até marcaram períodos expressivos da história mundial. Alguns casos se destacam como o da ativista indígena Patrícia Troncoso, que sobreviveu a um jejum de 111 dias para chamar a atenção do governo chileno (e do mundo) para o sofrimento do povo Mapuche ou Terence MacSwiney, que morreu apo 74 dias de jejum. Reservadas as particularidades de seus metabolismos, os organismos de Patrícia e Terence e de milhões de outros grevistas reagiram basicamente da mesma forma à privação de alimento.
A glucose é a fonte primária de energia para o corpo. Porém, sua reserva como glicogênio muscular pode ser esgotada em até uma hora de exercícios vigorosos e o glicogênio hepático se esgota após 12 a 24 horas de jejum. O objetivo do corpo é manter a glicemia sanguínea sempre em níveis relativamente constantes para suprirem tecidos que dependem exclusivamente dessa fonte de energia, como o cérebro e as células sangüíneas.
Cerca de quatro horas após uma refeição, período durante o qual a queda da glucose sérica causa a diminuição da relação insulina/glucagon e a conseqüente quebra do glicogênio hepático inicia-se a via de gliconeogênese e a captação de glucose pelos músculos e células adiposas é diminuída, para a manutenção dos níveis plasmáticos de glucose (alimentada pela mobilização de glicogênio hepático e utilização de ácidos graxos pelo músculo e pelo fígado) Durante o jejum noturno (curto) a glicemia é mantida ¾ por glicogenólise e ¼ por gluconeogênese, quadro resultante dos efeitos do glucagon. As concentrações altas de acetil-coA e citrato mantém a glicólise inibida.

Nas primeiras 24 de jejum não-comçlicado é possível observar as seguintes adaptações do organismo:
• Redução da secreção e atividade de insulina
• Aumento da atividade de glucagon
• Redução do glicogênio hepático e muscular
• Menor produção de glicose
• Diminuição da tiroxina e do consumo de O2
• Redução da atividade simpática
• Diminuição do metabolismo basal
Nesse tempo, a média de 450-500 gramas de glicogênio em um adulto é oxidada e então há a necessidade da mudança do principal substrato energético. Nesse período, o fígado é o responsável por suprir o organismo de glucose, uma vez que o músculo não possui glicose-6-fosfatase, e por tanto é incapaz de liberar glucose diretamente no sangue (ainda assim, a glicose-6-fosfato muscular pode ser oxidada até lactado, que é exportado para o fígado para entrar na gluconeogênese hepática.). Outras concentrações de glucose obtidas a partir de gluconeogênese advêm da lise de proteínas (aminoácidos) e glicerol, para atender ás necessidades energéticas do SNC, hemácias, medula renal e leucócitos.

O balanço nitrogenado (BN) mede a diferença entre a quantidade de nitrogênio ingerido na forma de proteínas e a quantidade excretada na urina. Em condições normais em um adulto o BN é zero, já que não há armazenamento de nitrogênio. O seu excesso é excretado pela urina. Em casos de jejum o BN é negativo devido ao uso de parte das proteínas como fonte energética. Para entender o metabolismo protéico durante inanição, deve-se analisar também a composição da urina.

Excreção urinária de compostos nitrogenados em condições normais e no jejum prolongado (inanição).

Excreção urinária de nitrogênio (N/dia) nos primeiros 15 dias de inanição. No final do período, o catabolismo protéico não ultrapassa mais que 5g de nitrogênio/dia, ou equivalente a 31,2g de proteínas por dia.
O aumento da concentração amônia na urina reflete a adaptação do corpo para reduzir a perda muscular, bem como a diminuição da excreção total de compostos na urina. O consumo de cerca de 70 gramas de proteínas por dia indica uma perda muscular de 350 gramas aproximadamente, de um total de seis quilos É importante ressaltar que apenas 1/3 das proteínas corporais podem ser empregadas para produzir energia sem comprometer funções vitais.
No jejum prolongado o organismo adapta-se para a conservação de energia e nutrientes. Como reflexo disso, ocorre a diminuição do gasto energético em decorrência da ausência do efeito térmico dos alimentos e da diminuição dos efeitos de T3 e da massa corporal metabolicamente ativa. Também é verificado redução da intensidade de proteólise, que inicialmente alimentou a produção de glicose para o SNC. O aumento da oxidação de ácidos graxos (fonte de energia para a gliconeogênese) eleva as concentrações de acetil-coA para além da capacidade de consumo do ciclo de Krebs e aumenta a síntese de corpos cetônicos. Com o tempo, o tecido nervoso se torna mais permeável aos corpos cetônicos e cai a necessidade de glucose para oxidação.
Isso reduz a necessidade de gliconeogênese a partir de esqueletos carbônicos dos aminoácidos, economizando proteínas essenciais. Com 24 horas, apenas 10% das necessidades energéticas cerebrais é suprida por corpos cetônicos. Após quatro dias de jejum, 60% do combustível do cérebro é constituído por corpos cetônicos. A demanda por glucose nesse tecido, porém não se acaba. O metabolismo de corpos cetônicos ocorre apenas em mitocôndrias, estruturas grandes demais para transitarem até as terminações sinápticas dos axônios. Nos músculos, após três semanas quase não há mais uso de corpos cetônicos, a energia é praticamente toda obtida pela oxidação de ácidos graxos. O tempo de resistência depende da quantidade de tecido adiposo e muscular. Uma vez terminadas as reserva de triglicerídeos, o organismo volta a usar proteínas como fonte de energia.
O quadro de hipoglicemia promove a seguinte resposta hormonal, que medeia todo o metabolismo nessas condições: ativa os neurônios hipotalâmicos, que sintetizam e liberam mediadores químicos (hormônios) na corrente sanguínea, ao invés que realizar sinapse. Estimulado então, a hipófise libera o hormônio adenocorticotrófico (ACTH) e hormônio do crescimento. Tais hormônios levam á liberação de cortisol pelas glândulas supra-renais. Este estimula a gliconeogênese e inibe o uso de glicose pelo tecido adiposo e pelos músculos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Um novo tratamento para o extremo da dependência química - Parte II

Na segunda parte deste post, destacamos a opinião explicação de alguns estudiosos da ibogaína para o tratamento de dependentes. Confira abaixo o que separamos para você.

Estudos feitos pela Universidade de Nova York com o auxílio de eletroencefalograma mostraram que as ondas cerebrais de um paciente que ingeriu ibogaína é semelhante ao comportamento de pessoas na fase do sono em que sonhamos. “O sonho renova a mente e, se no sono comum temos apenas cinco minutos de sonho a cada duas horas, na ibogaína são 12 horas de sonho intensivo”, é o que diz o gastroenterologista Bruno Daniel Chaves, que estuda o tema desde 1994. A este nível a ação da ibogaína se divide em três partes, na primeira se experimentam apresentações visuais e pensamentos relacionados a acontecimentos passados. Depois de aproximadamente 5 horas, a pessoas se encontra em um período intelectual, onde essas experiências são avaliadas e a terceira etapa é um período que resultará em sono. Após o despertar do paciente, verifica-se a falta de desejo de tomar ou procurar drogas das quais ele se encontrava dependente.

É importante destacar que as respostas a este medicamento variam de acordo com o indivíduo.

Em diversos países como Dinamarca, Bélgica e Suécia que a droga é proibida, porém no Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária informou que não há restrições legais para o uso de ibogaína, entretanto o uso deste medicamento não está regularizado. Por isso os tratamentos são considerados experimentais.

Cápsulas de ibogaína, usadas no tratamento de dependêntes químicos.

A importação do medicamento é feita pelos próprios pacientes e custam cerca de 5 mil reais por uma sessão. Durante a sessão, o paciente, após passar por exames médicos, se deita em uma cama, ingere as cápsulas de ibogaína e fica sobre seu efeito por até 72 horas, enquanto os médicos o monitoram.

Vale ressaltar que a literatura já registrou 12 óbitos relacionados ao uso de ibogaína nos últimos quarenta anos, provocados por queda na freqüência cardíaca. No entanto, Deborah Mash, neurologista da Universidade de Miami, que já acompanhou cerca de 500 tratamentos diz que não há registro de morte provocada por ibogaína em ambiente hospitalar. “As morte registradas ocorreram em tratamentos de fundo de quintal, em que as pessoas fizeram uso concomitante de ibogaína e outras substâncias”, afirma Chaves.

No entanto o efeito deste medicamento não é mágico, a recuperação do dependente exige a combinação do tratamento psicoterápico com a mudança de hábitos. É importante a participação em algum grupo de narcóticos anônimos e o distanciamento de pessoas que consomem drogas. Um paciente que se curou seguindo este tratamento afirmou: “Tive uma sensação de bem estar (após consumir ibogaína), mas é um efeito que se perde depois.”


*As informações encontradas neste post foram baseadas no site http://pt.azarius.net/encyclopedia/29/Iboga_na/ e na edição de número 230 da revista Galileu.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um novo tratamento para o extremo da dependência química - Parte I

É muito comum nos dias de hoje, convivermos com pessoas usuárias de drogas. Em sua maioria, estas pessoas acabam tornando isto em um vício sem controle. Elas vendem tudo que tem para consumir drogas, chegam ao extremo de si mesmas e muitas vezes a não conseguir sobreviver sem continuar a usar drogas.

O tratamento para dependentes químicos é complicado, exige esforço da parte tanto da família como do dependente e mais que isto, exige força de vontade. Em sua maioria, os tratamentos são feitos em clínicas e geralmente tem como características a abstinência total das drogas consumidas, a prescrição de remédios para pacientes com problemas psiquiátricos neste tempo inicial em que a pessoa não está mais utilizando drogas e internação para desintoxicação caso o paciente tenha um intenso consumo da droga.

Porém, recentemente surgiu um tratamento alternativo para os dependentes químicos, neste tratamento, os médicos utilizam o princípio ativo de uma planta africana, a Iboga. Da raiz desta planta pode ser obtida a ibogaína. O número de tratamentos com este novo medicamento está crescendo de tamanha forma a provocar uma escassez da planta que ainda é produzida de maneira artesanal. Nos últimos quatro anos, cerca de sete mil pessoas passaram pelas terapias com ibogaína.

A ibogaína, cuja denominação química é 12-metoxibogamina, é uma forte droga alucinógena que age no combate à dependência química. Seus efeitos ainda estão sendo estudados, mas pesquisas feitas em humanos e animais indicam que a droga age em dois sentidos, por um lado ela age na química cerebral, estimulando a produção do hormônio GDNF, que promove a regeneração do tecido nervoso e estimula a criação de conexões neuronais. Isso permitiria que áreas do cérebro relacionadas com a dependência fossem reparadas e estimularia a produção de neurotransmissores responsáveis pela produção do prazer, a serotonina e a dopamina. O que pode explicar o desaparecimento da fissura pela droga relatados por dependentes logo após saída de uma sessão.

Em outra frente, os comprimidos feitos da Iboga trariam uma espécie de psicoterapia intensiva, fazendo o paciente enxergar imagens da própria vida enquanto a mente fica lúcida. Estas imagens não são alucinações, elas podem ser comparadas ao sonho de olhos abertos, o que ajudaria o paciente a identificar fatores que o teriam levado a usar drogas.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Um extremo no Chile.

Recentemente, no Chile, presenciamos o soterramento e o resgate de 33 mineradores e apesar do alívio de todos terem sido socorridos e estarem bem e vivos, não se pode deixar de falar das condições derradeiras na qual esses homens estavam. Um ambiente úmido e insalubre, com pouca luz, uma temperatura acima de 30ºC e poeira representa o péssimo local que esses homens ficaram por 69 dias, sem falar na falta de higiene e alimentação adequada, o excesso de CO₂ da respiração e escassez de O₂ e o estado psicológico após o desastre.
Vou comentar sobre esse excesso de CO₂, pois no ambiente fechado essas concentrações tendem a aumentar e a concentração de O₂ diminuir.
O oxigênio é transportado no sangue de duas maneiras: combinada com a hemoglobina (Hg) ou dissolvido no plasma. O plasma transporta apenas 2%, pois o oxigênio possui pouca afinidade com a água. Entretanto, os outros 98% são feitos pela Hg (pigmento respiratório) que é muito eficiente e possui um a grande afinidade. A primeira ligação de O₂ á Hg muda a sua conformação, promovendo a ligação das seguintes, aumentando a sua afinidade para o O₂. Quando o O₂ está ligado a Hb ela passa a ser chamada de oxiemoglobina (HbO₂) e quando está ausente chama-se hemoglobina reduzida. Demonstrado pela reação: HbH⁺ + O₂ ↔ HbO₂ + H⁺ A partir disso é possível prever porque as alterações na concentração de O₂ podem alterar o pH sanguíneo.
Já o CO₂ pode ser transportado dissolvido no plasma, combinado com o Hg ou como íon bicarbonato (HCO ̄³). O transportar CO2 pode ser representado pela reação:
CO₂ + H₂O ↔ H₂CO3 ↔ HCO ³̄ + H⁺ Essa reação é uma grande produtora de íons H⁺ e pode afetar o pH sanguíneo.
O acúmulo de íons H⁺ reduz o pH do sangue tornando-o ácido, denomina-se acidose e pode afetar o transporte do O2, causa desorientação, coma e finalmente morte.
A redução de íons H⁺ eleva o pH sanguíneo tornando-o alcalino, denomina-se alcalose e pode causar respiração fraca e irregular, câimbras musculares e convulsões.
As conseqüências são mais graves quando a pessoas é submetida em longo prazo e esse estado, entretanto em condições normais o sangue possui um sistema tampão capaz de manter o pH sanguíneo não só para que a hematose ocorra adequadamente, mas que todo o ambiente celular seja favorável para a manutenção do organismo.

Espero que tenha gostado e bom recesso. :D

Bibliografia:
http://www.mundovestibular.com.br/articles/961/1/ACIDOSE-E-ALCALOSE/Paacutegina1.html
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/fisico_quimica/fisico_quimica_trabalhos/ph.htm

domingo, 12 de dezembro de 2010

Porque ficamos nervosos?

     Provavelmente você não deve ter se perguntado isso quando brigou com sua esposa ontem em casa ou quando saiu do trabalho com raiva de seu chefe, ou pior, quando foi fazer a prova do vestibular ou da auto-escola. Muitas vezes não percebemos que estamos nervosos e quando reparamos, já estamos gritando, tremendo, com enjôos ou dor de cabeça. Mas afinal, o que é o nervosismo e porque ficamos tão nervosos diante de certas situações?
     O nervosismo é uma reação emocional a vários tipos de estresse e desconforto por conta de determinadas situações ou acontecimentos. Todos nós tendemos a ficar nervosos em situações novas, desafiadoras, pressões no trabalho ou escola, mudanças, problemas familiares, ou ainda, distúrbios de ansiedade e síndrome do pânico. O responsável por essa interação do corpo com o meio externo é o sistema nervoso, ele é o centro emocional de nosso organismo. O sistema nervoso (SN) é capaz de receber, interpretar e responder a estímulos do meio, ele controla ações desde a tensão dos músculos, à respiração e batimentos cardíacos.
      Quando ficarmos nervosos, nosso sistema nervoso se abala, o que pode causar, desde calafrios, dor de cabeça, mal estar, diarréia, dor de barriga, à tremores, estados de medo e tensão, desmaios, vômitos, suores nas mãos, boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos, sensação de frio ou calor e dificuldades de raciocínios e de concentração. O nervosismo interfere na capacidade de realizar tarefas corriqueiras, nos relacionamentos pessoais e pode alterar a alimentação (certas pessoas perdem o apetite quando estão nervosas, ou então passam a comer descontroladamente).
     A glândula hipófise é a principal responsável por alterações no organismo diante de situações nervosas. Esta glândula se localiza abaixo do cérebro, próxima a uma região denominada hipotálamo, ela produz hormônios que controlam a grande maioria das funções do organismo. O hipotálamo por sua vez é especialista em captar emoções e sentimentos mais intensos, estas emoções acabam afetando o funcionamento do hipotálamo, bem como sua relação com a hipófise, o resultado disto são doenças respiratórias, circulatórias e gastrointestinais que podem ser causadas ou agravadas por conta do nervosismo. Por isso a partir de agora, antes de ter uma crise nervosa, pare e pense, dentre outras doenças, você pode desenvolver:
- Gastrites e ulceras, são doenças extremamente ligadas ao estado emocional da pessoa, uma de suas causas é o aumento de ácido clorídrico produzido pelo estômago, seus sintomas são enjôos e dores na barriga;
- Asma e bronquites, são doenças causadas por fatores alérgicos e/ou hereditários, porém sua evolução é influenciada por fatores ligados ao sistema nervoso, o estresse agrava o quadro do paciente, seu sintoma mais notável é a dificuldade respiratória;
- Hipertensão arterial, mais conhecida como “pressão alta” é a doença provavelmente a mais sujeita a influências emocionais, ela pode ser causada por hereditariedade, obesidade, sedentarismo e ainda fumo e estresse, é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e seus sintomas se manifestam através de dores de cabeça, tontura, cansaço e fraqueza.
- Tensão pré-menstrual, é frequentemente acompanhada de depressão e nervosismo, ocorre somente em mulheres, geralmente no período entre três e doze dias antes da menstruação, esta fase é caracterizada pelo aumento do nível de hormônios femininos, um de sues sintomas é a retenção de líquido, o que origina cansaço, mal-estar, náuseas e dores nos seios.
     Técnicas como yoga e meditação são extremamente benéficas para controlar o nervosismo. O yoga tem grande efeito no sistema nervoso, a técnica ajuda a equilibrar batimentos cardíacos, tranqüiliza a mente e acalma a respiração. A pratica de yoga e meditações diminuem o nível de hormônios responsáveis pela aceleração do organismo, dentre eles a adrenalina (em situações de estresse o nível de adrenalina no cérebro aumenta, o controle da respiração então, é importante, pois envia oxigênio e abaixa a quantidade deste hormônio no cérebro – então da próxima vez que ficar nervoso, mantenha a calma e conte até 10!!!). É normal que em situações de perigo o hormônio adrenalina seja despejado no sangue, pois esta, ajuda em nossa fuga e com tais fatos, porém depois do ocorrido, os níveis do hormônio caem, fazendo o corpo voltar ao equilíbrio. Quando a pessoa não consegue controlar sentimentos de preocupação, alerta e tensões do cotidiano, ela vive em constante estado de medo, fazendo corpo achar que está constantemente em perigo, assim, o organismo mantém constantemente um estado “acelerado”.
     Não podemos evitar o nervosismo, mas podemos fazer com que este seja menos freqüente em nossas vidas. Quando estiver ansioso, irritado ou nervoso, respire profundamente, mantenha um diálogo consigo mesmo e procure se preocupar menos com os problemas, mas se achar preciso, não hesite em procurar acompanhamento médico, um psicólogo poderá auxiliá-lo!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mudanças bruscas de temperatura - Parte 2


O organismo humano não está preparado para enfrentar temperaturas baixas, que acabam afetando várias funções básicas, a nível respiratório e cardíaco. A troca de oxigênio por dióxido de carbono processa-se idealmente a 21ºC. Muito abaixo disso, as reações ficam mais lentas e a absorção de oxigênio pelos músculos é prejudicada, o que conduz ao aumento do esforço. Também a nível cardíaco, é dado que o sangue ‘foge’ da pele e das extremidades para manter o calor no interior do corpo, há alterações: aumenta o retorno venoso do coração, que bombeia mais lentamente, originando quebra da frequência cardíaca e maior pressão sanguínea.

O ar frio irrita as mucosas das vias respiratórias ao mesmo tempo em que confere vida mais longa aos vírus, criando o cenário ideal para a propagação das infecções, o organismo reage ao frio, nomeadamente por meio da contração dos vasos sanguíneos – vasoconstricção –, bem como de arrepios e do “bater de dentes”, pequenas contrações musculares que, queimando hidratos de carbono, gorduras e calorias, resultam na produção de calor. Crianças e idosos são especialmente susceptíveis devido à menor percepção do frio e do calor pelos respectivos sistemas reguladores da temperatura. Ou seja, como não se percebem as variações, são mais vulneráveis.

O metabolismo fica mais lento. Aparece aquela sensação de sonolência, cansaço e indisposição. A fome parece duplicar. Isso porque o organismo precisa de gordura para se manter aquecido. Então a preferência por alimentos mais calóricos como masssas, fondue e o famoso chocolate quente são justificados.

Para impedir que o calor se dissipe, ou seja que o corpo perca calor. Uma tática para amenizar a sensação de frio.

O arrepio é uma função corporal humana em resposta ao frio. Quando a temperatura interna do corpo cai, o reflexo de arrepio é disparado. O grupo de músculos em volta dos órgãos vitais começam a tremer em pequenos movimentos na tentativa para criar calor expandindo energia. O arrepio protege o corpo das baixas temperaturas. O ar é um dos melhores sistemas de isolamento térmico. Os pêlos levantados fazem com que uma camada de ar fique parada sobre a pele, funcionando como isolante térmico.O músculo eretor do pêlo é o responsável pelo arrepio.Ao mesmo tempo, o corpo provoca a vasoconstrição (diminuição do calibre dos vasos que percorrem a pele), reduzindo o volume de sangue que passa por ela. Desta forma, diminui a quantidade de sangue esfriado, o que evita uma maior perda de calor do corpo. O resultado é que o sangue que deixou de circular nos capilares da pele cessa de transferir calor para a superfície; ocorre então ao arrepio e o estado de palidez da pessoa.

Quando está frio, o músculo eretor (1) faz o pêlo arrepiar. O duto para as glândulas de suor (2) fica menor para conservar o calor. Os vasos sanguíneos (3) ficam menores para economizar calor. Os músculos eretores (4 )arrepiam a pele.

O que acontece no organismo quando o frio toma conta:

Cérebro – uma vez eu a temperatura corporal cai de 37º C para 36ºC, a função do cérebro começa a ser afetada. Em 34º, a pessoa fica confusa e já não é capaz de tomar decisões racionais, como tentar encontrar abrigo, coordenar o movimento torna-se algo muito difícil. Há também o risco de um acidente vascular cerebral, porque o sangue engrossa a medida que aumenta a pressão sanguínea, afetando o abastecimento para o cérebro. Em 29ºC a pessoa entra em coma.

Coração – Quando o corpo está frio, o coração é o órgão mais vital na luta para permanecer vivo. Ele desacelera, bombeando menos sangue ao redor do corpo. Em torno de 20ºC o coração para.

Pulmões – A capacidade dos pulmões absorverem oxigênio é reduzida por hipotermia, isso tona mais difícil para os músculos aumentar e levantar o peito, tornando a respiração quase impossível. Como os sistemas de defesa dos pulmões começam a falhar, ele se tornam vulneráveis à infecção. Quando a temperatura cai para 29º, é susceptível que se desenvolva pneumonia.

Rim e fígado – Por estarem recebendo menos sangue, esses órgãos desaceleram quando o corpo está congelando, mas se você sobreviver, eles tendem a não sofrer muitos danos a longo prazo.

Dedos do pé e da mão – Enquanto a temperatura no núcleo do corpo é 37º C, os dedos são normalmente cerca de 21ºC. Mas se a temperatura cai pra 8ºC, os dedos irão ficar brancos porque os vasos sanguíneos são danificados, e se você sobreviver, a cor saudável normal não volta. Se cai para 5ºC, o tecido é danificado permanentemente.

Membros – Se locomover é uma das melhores maneiras de afastar a hipotermia, mas quando a temperatura do corpo cai a 32ºC, a pessoa para de tremer, porque o corpo já não sente frio, em parte porque o cérebro já não funciona corretamente. Aos 31ºC, seus músculos se tornam rígidos e a pessoa não consegue se mover.

Em ambientes fechados também há uma intensa mudança de temperatura. Ao entrar em lojas com ar condicionado, ao sair de lá e encontrar a rua totalmente quente. Escritórios que passam o dia com ar condicionado gelado, entrar em um ônibus lotado e abafado, com sensação térmica altíssima. Os cuidados devem ser muito grandes, pois estamos em contato com mudanças bruscas de temperatura todos os dias.

Referencias bibliográficas:

Universidade de São Paulo. Agência USP. Disponível em: http://www.usp.br/agen/bols/2005/rede1559.htm. Acesso em: 04/12/2010;

Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências. Disponível em: http://www.ib.usp.br/revista/v4_temperaturaexpressaogenica.htm. Acesso em: 04/12/2010;

Universidade Metodista de São Paulo. Disponível em: http://www.metodista.br/rronline/noticias/saude/2010/06/efeitos-do-frio-no-nosso-corpo. Acesso em: 04/12/2010;

Portal Educacional do Estado do Paraná. Temas atuais. Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/temasatuais/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=37. Acesso: 05/12/2010;

Centro de referência virtual do professor – MG. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=41985&tipo=ob&cp=996633&cb=&n1=&n2=Orienta%E7%F5es%20Pedag%F3gicas&n3=Fundamental%20-%206%BA%20a%209%BA&n4=Ci%EAncias&b=s. Acesso em: 06/12/2010.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Torcida organizada do Atlético-MG espancando Cruzeirense até a morte.

Podemos falar sobre vários extremos, mas atos assim superam a compreensão física, química e biológica de qualquer coisa. Vale pensar..

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mudanças bruscas de temperatura - Parte 1


Devido ao excesso da emissão de CO2, CH4, N2O, decorrentes da queima de combustíveis fosséis, o aquecimento global está mais acelerado, esses gases retêm o calor proveniente das radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa o aumento da temperatura. O aumento da temperatura também trás outra problema o desgelo. Outros fatores que contribuem bastante para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo causada pela urbanização.

A temperatura ambiente perfeita para o ser humano é entorno de 20-24º C. Uma intensa variação de temperatura está acontecendo no mundo hoje. Ocorrem picos de calor e logo depois frio extremo. As quatro estações em um mesmo dia. Os médicos dizem que o organismo interpreta essa mudança brusca como uma agressão e procura se defender. Até que ponto seu organismo suporta tamanhas mudanças?

O sistema respiratório é o primeiro a sentir as alterações: “A pessoa tem coriza, tem tosse, tem catarro, tem obstrução nasal, é difícil não só para o público leigo, mas mesmo para o médico, às vezes, distinguir o que é uma inflação pelo frio, de um fenômeno alérgico, viral, uma infecção propriamente”, diz Ciro Kirchenchtejn, pneumologista da Unifesp.

Quando há calor excessivo, o corpo tenta regular a temperatura interna, que deve ser mantido na faixa de 36,5ºC para funcionar perfeitamente, e a forma mais rápida e eficiente disso ocorrer é através do suor . Acima dos 45 ºC, o calor mata as células e "cozinha" os órgãos internos e afetariam as reações químicas e a atividade das enzimas envolvidas no metabolismo, as proteínas podem desnaturar, alterando sua configuração de forma a lesá-las ou matá-las. Para ficar longe da zona de perigo, ao menor sinal de quentura - causada pela temperatura externa, por fatores emocionais, como nervosismo, ou por atividades físicas, como uma corrida - os termorreceptores espalhados pelo corpo dão um alerta. A mensagem é recebida pelo nosso termostato: a região do hipotálamo (no centro do cérebro), que aciona vários mecanismos para refrescar o corpo, como a circulação sanguínea superficial e a transpiração. O sangue passa a irrigar áreas próximas à pele, o que torna mais fácil trocar calor com o exterior - é aquele vermelhão que surge nas bochechas, por exemplo. Mas só isso não adianta. Eficaz mesmo é a transpiração, que ocorre nas glândulas sudoríparas espalhadas pela derme. "O suor resfria a superfície da pele e abaixa a temperatura interna", diz o médico José Ribas Milanez de Campos, da Universidade de São Paulo. Apesar de indispensável, a transpiração é um drama se ocorre em excesso. É o caso de quem sofre de hiperidrose, um distúrbio que faz algumas regiões do corpo se encharcarem sem motivo. Cerca de 1% da população tem o problema, que pode ser corrigido com cirurgia.


F.1 - Quando recebe o sinal de calor, o hipotálamo, por meio do sistema nervoso simpático, avisa às glândulas sudoríparas que é hora de suar. Localizadas na derme, as glândulas são "tubos" com 5 mm de extensão. São pequenas, mas numerosas: temos três milhões delas no organismo, a maior parte nas regiões da cabeça, axilas, mãos, virilhas e pés;


F.2 - O suor é produzido dentro da glândula ou, se o calor for muito grande, com água retirada dos tecidos ao redor. Ele é formado basicamente por água (99%) e sais minerais, como sódio e potássio. Apesar de não ter cheiro, pode feder ao entrar em contato com as bactérias presentes na pele; O corpo quente cede energia, na forma de calor, às partículas de água que formam o suor. Ao chegar à pele, parte do suor evapora e o calor que estava dentro do organismo se dissipa no ambiente. O processo é constante e pode passar despercebido. Em um dia quente de verão, um adulto pode perder, em média, entre 2 e 2,5 litros de água pela transpiração.

domingo, 5 de dezembro de 2010




Desde a década de 70 vêm sendo publicados alguns estudos acerca do excesso de exercícios físicos, o qual recebeu vários nomes como dependência positiva, pelo fato da atividade física proporcionar alterações físicas e psicológicas benignas; vício negativo, por causar danos tanto externa como internamente ao corpo; e dependência ao exercício físico, por ser considerada semelhante aos demais tipos de dependência.

A dependência ao exercício físico é caracterizada por: estreitamento do repertório, levando a um padrão estereotipado de exercícios uma ou mais vezes por dia; ênfase nos exercícios físicos, colocando- o acima de outras atividades; aumento da freqüência dos treinos com o passar do tempo; sintomas de abstinência relacionados ao humor (estresse, depressão e ansiedade, por exemplo) quando interrompida a prática de exercícios; consciência subjetiva da compulsão pelos treinos; Também são outras características relacionadas à dependência: o indivíduo, mesmo quando lesionado, doente ou com alguma contra indicação médica, mantém a freqüência de seus treinos, e isso acaba afetando suas relações sociais; a pessoa passa a seguir uma dieta de emagrecimento, visando melhorar o desempenho, podendo até fazer o uso de anabolizantes e esteróides. O consumo destas substâncias pode causar problemas cardiovasculares, lesões hepáticas, disfunções sexuais, diminuição do tamanho dos testículos e maior propensão ao câncer de próstata.

OVERTRAINING/SET- síndrome do excesso de treinamento. De acordo com a literatura médica seus sintomas são associados ao treinamento de sobrecarga, ou overreaching, o qual se refere ao treinamento pesado, durante alguns dias, seguido de um curto tempo de descanso que seria essencial nesse caso. A homeostase fisiológica corporal precisa ser estimulada por treinamento intenso para que a capacidade de desempenho possa ser melhorada. Esse processo é chamado de supercompensação. Muitos dias de treinamento intenso são seguidos por alguns dias de treinamento leve e descanso para que se alcance a supercompensação e o ápice do desempenho. É essencial que se reconheça o tempo necessário para a supercompensação. Se um atleta não se adaptou antes que um novo estímulo seja dado, um desequilíbrio progressivo e maior ocorrerá. A conseqüência disso é o overreaching, que se trata de um conjunto de sintomas transitórios que são diagnosticados através de exames.

A síndrome do excesso de treinamento afeta uma considerável porcentagem de indivíduos envolvidos em treinamento intenso. A SET é definida como um distúrbio neuroendócrino ( hipotálamo- hipofisário) que resulta do desequilíbrio entre a demanda do exercício e a capacidade funcional, podendo ser agravado por uma inadequada recuperação, acarretando decréscimo no desempenho desportivo e atlético, incidência de contusões, mudanças neuroendócrinas e imunológicas, dentre outros sintomas. Este conjunto de manifestações clínicas resulta em fadiga central pela incapacidade do Sistema Nervoso Central em atender às demandas do excesso de exercício. As principais alterações hormonais que ocorrem são o aumento do cotisol sérico (ação catabólica) e a diminuição da testosterona (ação anabólica); percebem- se também alterações na tolerância à glicose.

O repouso prolongado é o único tratamento efetivo, e a prevenção é a maneira mais eficiente de se evitar a manifestação da síndrome. Como ainda não existem marcadores fisiológicos ou biológicos objetivos que permitam um diagnóstico precoce do quadro, o uso de instrumentos que possibilitam medidas de estados de humor tem demonstrado eficácia na detecção de sinais iniciais da síndrome do excesso de treinamento, possibilitando e prevenindo seu desenvolvimento completo.