terça-feira, 30 de novembro de 2010

Conseqüências da busca pelo corpo perfeito... Parte I



A prática diária de exercícios é um hábito saudável, mas se realizado da maneira certa. Muitas pessoas acham que só pelo fato de malharem várias horas por dia, todos os dias da semana, estarão sendo saudáveis. O excesso de exercícios físicos pode causar uma série de problemas, tanto físicos, quanto psicológicos.
 Dentre essas conseqüências estão a insônia, alterações no humor, anorexia, mudanças neuroendócrinas e imunológicas, entre outros.  A abstinência é um sintoma que se destaca e que é uma das principais características da dependência de exercícios físicos, segundo estudos. Essa sensação é possivelmente relacionada á produção e dependência de opióides endógenos (grupo de substâncias produzidas pelo corpo e que controlam as sensações de dor, englobam as endorfinas, dinorfinas e encefalinas).
Também conhecida como adicção, a dependência ao exercício físico pode agravar-se até a síndrome do excesso de treinamento (SET), que tem como principal causa a condução incorreta dos treinos em termos de volume, intensidade e tempo de pausa, que causam variações metabólicas.
Em nosso organismo, os hormônios são as principais substâncias secretadas pelo organismo para realizar a homeostase (funcionamento orgânico equilibrado). Dentre os hormônios liberados pelo organismo, apresentam-se os opióides endógenos (citados anteriormente), sendo mais conhecidas a beta endorfina e as encefalinas, que atuam no controle do estresse causado pelo exercício físico ao organismo. A beta endorfina é responsável por várias alterações psicofisiológicas, que vão do controle da dor, à sensação de bem estar proporcionada pela atividade física. A beta endorfina é encontrada principalmente no sistema nervoso central e na circulação sanguínea. Estudos apontam que a beta endorfina atua tanto nas áreas encefálicas responsáveis pela modulação da dor, humor, depressão, como na inibição do sistema nervoso simpático. Sendo assim, várias pesquisas vêm tentando verificar o efeito da atividade física nas concentrações de endorfinas no cérebro e no plasma sanguíneo. Este opióide é secretado para o sangue pela glândula hipófise. Após uma corrida de maratona, por exemplo, ocorre um aumento plasmático significativo da beta endorfina e do hormônio adrenocorticotrófico. Alguns estudos confirmam que a sensação de abstinência de treino físico pode ser causada pela produção destes opióides endógenos.

Por Roberta Borges.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dependência Química


As drogas são substâncias que, uma vez introduzida em nosso organismo, causando alterações em nossas funções normais. De certa maneira, elas interferem no nosso equilíbrio orgânico. Aquelas que agem sobre o sistema nervoso, alterando nossos processos mentais são chamadas psicotrópicas. Nosso organismo, inicialmente, tenta eliminar a droga absorvida. Porém, se o indivíduo insiste em sua utilização, o corpo “acostuma-se” ao seu uso, numa reação chamada tolerância. Nessa etapa o corpo vai precisando de quantidades maiores de droga para produzir o mesmo efeito, é o que chamamos de adição (com isso começa a dependência química).
Certas drogas agem sobre as células nervosas e de alguma maneira produzem um “curto-circuito”. Enquanto elas estão passando pelos neurônios, eles ficam muito ativos, transmitindo impulsos elétricos em diversas direções. A pessoa tem, a princípio, uma sensação de alteração da realidade. Imagina que percebe as cores e os sons de maneira mais intensa.
Tipos de drogas: As drogas são classificadas de acordo com a ação que exercem sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras, estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito.
-Depressoras: Substâncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos.
. -Estimulantes: Aumentam a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais rápidos. Excitam especialmente as áreas sensorial e motora.
-Perturbadoras: São substâncias que fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário.
-Drogas com efeito misto: Combinam dois ou mais efeitos. A droga mais conhecida desse grupo é o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena.
Contudo, quando cessa o efeito da droga, ela perde, aos poucos, a noção da realidade. Seus neurônios sobrecarregados podem ser destruídos. O indivíduo começa a não ter percepção de tempo e de espaço. Estabelece-se um estado de confusão e o viciado reage de maneira descontrolada, descuidando de sua aparência, higiene, e até mesmo de suas amizades.
As drogas acionam o sistema de recompensa do cérebro, uma área encarregada de receber estímulos de prazer e transmitir essa sensação para o corpo todo. Esse mecanismo vale para todos os tipos de prazeres. Evolutivamente, o homem criou essa área de recompensa e é nela que as drogas interferem. Por uma espécie de curto circuito, elas provocam uma ilusão química de prazer que induz a pessoa a repetir seu uso compulsivamente. Com a repetição do consumo, perdem o significado todas as fontes naturais de prazer e só interessa o prazer imediato propiciado pela droga, mesmo que isso comprometa e ameace sua vida.
Vários são os motivos que levam à dependência química, mas o final é sempre o mesmo. De alguma maneira, as drogas pervertem o sistema de recompensa. A pessoa passa a dar-lhes preferência quase absoluta, mesmo que isso atrapalhe todo o resto em sua vida. Tal comportamento reflete uma disfunção do cérebro. A atenção do dependente se volta para o prazer imediato propiciado pelo uso da droga, fazendo com que percam significado todas as outras fontes de sentido.
Os sentidos, os pensamentos, as emoções, e em grande parte, as funções de nutrição, de relação do meio e de reprodução são comandadas pelo sistema nervoso. Por este motivo a saúde física, mental e o resto dos sentidos estão ligados, de alguma forma à saúde das células nervosas: neurônios. Geralmente, só os nutrientes dos neurônios (principalmente a glicose e o gás oxigênio) conseguem alcançar o seu interior. Mas há algumas substâncias que conseguem penetrar nos neurônios, provocando grandes alterações em seu funcionamento. Um exemplo das substâncias são as drogas psicotrópicas (tóxicas). Certas substâncias existentes nessas drogas agem diretamente na atividade celular, alterando o funcionamento do sistema nervoso, e trazendo mudanças psíquicas e comportamentais.
A ação das drogas vai depender do local de ação de cada uma delas no cérebro, por exemplo, a cocaína é estimulante e provoca alucinações, ela leva às alterações nas sinapses. Já o ecstasy (e diversas outras drogas) atua de certa maneira: O MDMA (ecstasy) age de forma que ocorra um grande aumento de serotonina, que é o principal neurotransmissor envolvido na regulação do humor, do sono, dor, emoção e apetite, assim como de outros comportamentos. Ao libertar grandes quantidades de serotonina e interferir na sua receptação, o MDMA conduz um significante desgaste deste neurotransmissor. Como resultado, o cérebro humano leva muito tempo a conseguir restaurar a serotonina necessária para desempenhar funções psicológicas e fisiológicas importantes. O MDMA induz oxidação e stress metabólico nos neurônios produtores de serotonina, o que afeta negativamente a capacidade desses neurônios produzirem serotonina.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

264 horas acordado, você consegue?

     Você já ficou uma noite inteira na balada sem dormir, ou passou a noite acordado estudando pra uma prova ou terminando relatórios e projetos para o trabalho? Depois de uma noite sem dormir tudo o que você mais quer é uma cama, quentinha e várias horas de sono, certo? Afinal quanto tempo você já passou sem dormir? Um dia? Dois dias? Achou muita proeza o que fez? E o que você pensa a respeito de 11 noites em claro?


     O britânico Tony Wright, 45 anos, em 2007 bateu o recorde de privação de sono após ter permanecido 11 dias e 11 noites consecutivas sem dormir, sem o auxílio de nenhum estimulante. Para registrar sua proeza, Tony permaneceu, seus onze dias sem sono no Studio Bar Penzane, Cornwall. Ao todo ele ficou 264 horas deixando que uma webcam o monitorasse,  passando suas horas acordadas jogando sinuca com amigos e atualizando um blog na internet para a emissora pública BBC.
     As conseqüências decorrentes da insônia prolongada são diversas e graves. Após aproximadamente 90 horas acordado, os reflexos do ser humano diminuem, ocorre perda da memória recente e reflexos motores. Também podem ocorrer alucinações visuais, irritabilidade, incoordenação, desmaios, falas sem sentido, tontura, visão borrada, miragens e lapsos de atenção. Decorridos cinco dias de vigília, Wright afirmou ver alucinações no lugar onde escrevia seus textos destinados ao blog. Ele também mostrou dificuldades em entender o discurso de seus amigos.
     Afim de auxiliá-lo, o britânico adotou uma dieta baseada em alimentos crus, saladas, abacate, banana, abacaxi, nozes, grãos, suco de cenoura e chás e ervas, segundo ele, estes alimentos o ajudaram a ficar acordado e manter seu cérebro desperto, permitindo descansar um lado dele usando o outro quando ficava cansando (as baleias usam técnicas semelhantes para descansar, uma parte do cérebro se foca na respiração, por exemplo, enquanto outras partes descansam).
     Tony não pode se registrar no livro Guiness dos Recordes, pois este não permite marcas que possam prejudicar a saúde dos recordistas. Em entrevista a repórteres da BBC, Tony Wright disse “Sinto-me bem, foi cansativo, mas cheguei lá. A dieta escolhida foi importante para manter partes do meu cérebro operantes e despertas por longos períodos. Desligar uma parte do cérebro que está muito cansada e usar outra torna a tarefa muito mais simples, mas ambas estão bastante cansadas neste momento”.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A abrangência dos extremos

Nada melhor para começar o blog do que apresentar o nosso projeto aprovado pelos monitores e pelo professor.

O tema escolhido pelo grupo é muito interessante, pois mostra qual o limite da mente e do corpo humano. Apesar de não percebemos somos sempre levados ao extremo e convivemos com essa situação sem saber o quanto isso fará mal ao nosso corpo podendo acarretar problemas irreversíveis e até levar à morte. Além disso, cada vez mais os indivíduos buscam se esforçar a fim de atingir a perfeição, entretanto, essas metas nem sempre condizem com o limite suportado pelo organismo.
Dividiremos em cinco subtemas para melhor explicar e elucidar as causas, os efeitos fisiológicos, psicológicos, algumas curiosidades e reportagens.
-Em Fatores ambientais abordaremos a relação de como o meio ambiente influencia na busca pelos limites do corpo. Tendo em vista que o meio onde vivemos está em constante mudança e que nosso corpo deve se adaptar, nós pretendemos expor questões ligadas a grandes variações de temperatura, altitudes, pressões e baixa gravidade, como o indivíduo reponde a estas mudanças e como estas influenciam no cotidiano.
- Dependência química é um tema muito atual e discutido em jornais e revistas. Está presente não só no subúrbio, mas em famílias de classe média e alta. As drogas, seja o álcool ou as drogas estimulantes, depressoras ou alucinógenas, causam um grande distúrbio nos indivíduos, levando ao extremo físico da dependência química e ao extremo psicológico de recompensa do cérebro.
- Distúrbios do cotidiano seriam aqueles causados pelo excesso de trabalho, pressão do mercado de trabalho e familiares, que levam a insônia, ansiedade e estresse. Nesse subtema serão tratadas e exemplificadas as conseqüências no funcionamento geral e em ações especificas daqueles que se encontram nessas situações.
- Distúrbios alimentares também é um tema muito discutido, pois mesmo que toda a produção mundial de alimento atenda a todos, a péssima distribuição é evidente. Na obesidade trataremos sobre aquelas pessoas que possuem uma ingestão calórica elevada e provavelmente com pouco gasto energético (que não faz atividade física regularmente), o que acarreta em doenças (hipertensão, derrame, diabetes, problemas de locomoção, depressão). Na anorexia sobre aqueles que se vêem inadequadamente, fato muito ligado ao lado psicológico, ao histórico familiar e de auto-estima de pessoa. Abordaremos também a bulimia e a compulsividade.
- Extremos da atividade física. A prática de exercícios físicos é algo muito importante para o corpo humano, tanto na parte física, quanto estética. Mas muitas pessoas, na busca do corpo perfeito, ou simplesmente por satisfação (no caso dos atletas) acabam exagerando na intensidade dessas atividades, e conseqüentemente passam por simples dores, podendo até sofrer graves lesões, como o rompimento de ligações e fraturas. A partir disso, serão ditados os extremos da atividade física, enfatizando suas conseqüências e citando curiosidades.
Para finalizar, sabemos que constantemente o homem está submetido a alguma condição particular seja uma escolha, problema sócio econômico, geográfico, ambiental, dentre outros. Mas ele sempre procurara testar os seus limites e para isso é preciso analisar e compreender até onde o organismo humano tolera.