terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Bulimia.



A bulimia é um transtorno alimentar em que há uma ingestão de grandes quantidades de comida, seguidos por vômitos induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e muita prática de exercícios para de evitar o ganho de peso, pelo medo exagerado de engordar. 90 a 95% dessas pessoas são mulheres e muitas vezes apresentam um peso normal/baixo, mas não chegam a apresentar um quadro de desnutrição, como na anorexia.
Os sintomas podem ser muito sutis, pois as mulheres escondem o transtorno, evitando ter o processo de compulsão alimentar na frente de outros ou de fazer barulho quando provocam o vômito.



São várias as complicações clínicas:
- Como o transtorno, geralmente, começa na fase de desenvolvimento e crescimento, interferem e prejudicam o ganho de massa óssea podendo provocar osteoporose;
- Problemas sanguíneos devido ao baixo nível de potássio no sangue, o que pode resultar, também, em ataque cardíaco.
- Anemia, pois o organismo não consegue absorver todos os nutrientes necessários.
- A erosão dos dentes, cárie e os problemas das gengivas são comuns devido à grande ingestão de doces e a acidez do conteúdo estomacal.
- Inchaço da face, retenção de líquido e glândulas salivais inchadas que aparecem como áreas infladas debaixo das quinas da boca.
- Pode ocorrer ruptura de uma das tubárias do esôfago devido à força que se faz para vomitar, isso associado a dores agudas do estômago e inflamação abdominal.



O tratamento da bulimia requer o acompanhamento de uma equipe de médicos, psicólogos, nutricionistas; em alguns caso os antidepressivos podem ser úteis, especialmente se ocorrerem distúrbios como depressão e ansiedade.

Bibliografia:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u66410.shtml
http://www.psicosite.com.br/tra/ali/anorexia.htm
http://todaperfeita.com.br/bulimia-e-anorexia-sintomas-e-tratamentos/
http://www.psicosite.com.br/tra/ali/bulimia.htm

O extremo da dieta low carb, ou a dieta cetogênica.



Devido aos comentários em sala, do professor MHL, resolvi postar o extremo da dieta low carb. A dieta cetogênica é caracterizada por uma alimentação hiperlipídica, normoproteíca e hipoglicídica. Com essa programação alimentar o corpo, após um determinado período, não terá mais glicose suficiente para suprir, principalmente, as necessidades do cérebro e produzira corpos cetônicos, daí o nome da dieta.
Com essa alimentação rica em lipídios o corpo não terá problemas em manter a oxidação de ácidos graxos e produção de corpos cetônicos. Apesar do grande consumo de tecido adiposo para manter as funções do corpo – β-oxidação - a ingestão de lipídios ultrapassa o necessário e nesses indivíduos é observado um aumento considerável de tecido adiposo, mesmo que a massa corporal do indivíduo diminua. Essa massa corporal pode diminuir, pois a liberação de insulina pelo pâncreas estará reduzida, propiciando um efeito contrário à síntese protéica.
A dieta cetogênica é comumente usada em pacientes epilépticos e os corpos cetônicos serão utilizados para produção de cetose que é importante para o controle das crises epilépticas.
Desvantagem dessa dieta:
- mau hálito devido à produção excessiva de acetona
- constipação intestinal por ser uma dieta pobre em fibras
- sobrecarga dos rins
- queda do desempenho físico, alterações no índice de percepção subjetiva do esforço IPSE ("cansaço") e perturbação do humor durante um exercício físico


Bibliografia:
http://www.nutricio.com.br/alimentacao-epilepsia.htm
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/7290/000497862.pdf?sequence=1
http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=206

sábado, 22 de janeiro de 2011

Curiosidades sobre os extremos humanos

Pensando nos extremos humanos, separamos para você, leitor, algumas perguntas bem interessantes. Confira-as abaixo:


- Qual a dor mais intensa que existe?

As dores mais intensas são a neuralgia do trigêmio e a cefaleia em salvas. A neuralgia do trigêmio é uma dor ocasionada pelo nervo trigêmio, que controla a musculatura da mastigação e também é responsável pela sensibilidade do rosto. A cefaleia em salvas é uma dor sentida em torno do olho, ela pode ser acompanhada de lágrimas e congestão nasal. Essas dores são muito intensas e muito rápidas também (duram somente alguns segundos). “São as piores por serem mais freqüentes. As dores de dente, enfarte no miocárdio e pedra nos rins podem estar, em determinado momento, numa intensidade igual a da neuralgia e da cefaleia. Mas são dores agudas e não crônicas” afirma Carlos Maurício, neurologista e presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.


- Existe um vírus extremamente letal que possa exterminar de vez a raça humana?

Não se preocupe, um vírus letal a este ponto dificilmente existirá. Entretanto os vírus podem provocar um estrago muito grande, em 1950 um vírus vindo do Brasil foi introduzido à uma população de coelhos na Austrália, e eliminou, em cerca de três meses 99,8% dos animais, o médico britânico Frank Ryan afirma que quando os seres humanos viviam de forma isolada na África, epidemias semelhantes a estas tenham atacado nossa espécie. Mas trazendo a pergunta para mais recentemente, podemos analisar, entre os séculos XVI e XVIII, os vírus da varíola, do sarampo e da gripe, eles foram trazidos pelos europeus e mataram cerca de 70% da população indígena americana. “São populações que cresceram com pouca variação genética, daí a mortalidade tão grande”, diz Stefan Cunha, médico e autor do livro A História da Humanidade Contada pelos Vírus. Mas hoje, mesmo um vírus altamente agressivo não mataria mais de 30% da população, graças às circulações de informações preventivas.


- O que acontece com o corpo humano quando a umidade do ar for zero?

Primeiramente devemos destacar que a umidade do ar nunca chegará a zero,
nunca haverá uma quantidade nula de vapor de água no ar. Há muito liquido no solo que pode ser levado pelo vento, portanto a quantidade mínima que a umidade possa chegar é 2% e isto em condições muitos extremas. Mas, supondo que a umidade do ar tivesse um valor de zero, o líquido presente fora de nossas células seria transferido para o interior de nossas vias aéreas, por onde o ar fluiria normalmente até os pulmões. Mas isso exigiria a ingestão de líquidos, caso contrário, poderiam surgir rachaduras labiais, irritação e nos olhos e crises respiratórias.



*O conteúdo deste post foi baseado em reportagens de diferentes revistas Galileu.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Anorexia Alcoólica - Parte III

Mesmo o álcool sendo uma alta fonte calórica (fornece cerca de 7 calorias por grama), ele é classificado como sendo uma fonte de ‘caloria vazia’, pois apresenta um baixíssimo valor nutricional. E está aqui o problema em substituir toda a dieta por bebidas alcoólicas. Como já foi visto em posts anteriores, além de o álcool causar uma série de problemas e complicações, neste caso ele afeta o organismo de forma muito intensa. O álcool ao substituir o alimento, não é eficientemente utilizado pelo organismo como forma de ‘combustível’, por não apresentar substâncias interessantes para o corpo.

A digestão e a absorção de calorias são prejudicadas, visto que a nutrição nestas condições ocorre sob a influência da falta de tiamina, vitamina B12, ácido fólico, zinco e aminoácidos, elementos extremamente importantes para o organismo.
Uma vez que ocorre alteração no metabolismo, os micronutrientes (vitaminas e minerais) sofrem alterações. As principais conseqüências que a anorexia alcoólica traz são distúrbios nutricionais seguidos de alterações orgânicas como arritmias, convulsões, anemia, distúrbios menstruais, doenças neurológicas e alterações da tireóide. Sendo assim, além da perda de apetite, complicações posteriores podem ocorrer como gastrite hemorrágica, diabetes e esofagite.


A doença é de difícil identificação, porém alguns de seus sintomas facilmente identificáveis são a recusa em manter o peso mínimo indicado para cada altura e idade, o medo de engordar, alterações no ciclo menstrual associados ao intenso consumo de álcool em substituição dos alimentos.

O tratamento para a anorexia alcoólica é feito em duas frentes. Uma visa tratar o transtorno alcoólico e outra o transtorno nutricional. Envolve profissionais como médicos, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e terapeutas.

Anorexia Alcoólica - Parte II

O principal ingrediente do álcool são moléculas de etanol. Assim que a pessoa toma um gole de bebidas alcoólicas, uma pequena parte destas moléculas já entra na corrente sanguínea através da mucosa da boca. O álcool passa pelo esôfago e chega ao estômago, quando a substância deixa essa parte do sistema digestório, 25% dela já caiu na corrente sanguínea, o resto vai para o sangue quando chega no intestino delgado, local de numerosos vasos e membranas permeáveis.


Uma vez as moléculas de etanol presentes na corrente sanguínea, será só questão de tempo para elas se espalharem por todas as células o organismo. Porém, o fígado tem posição estratégica no corpo, e o sangue que está carregando o etanol rapidamente cai no fígado, lá, ele é metabolizado e depois volta para o sangue que irá levá-lo para o cérebro.

No fígado, se há consumo exagerado de álcool, as células hepáticas começam a acumular gordura. Podem ocorrer inflamação e destruição das células resultando em hepatite alcoólica. Pode ocorrer ainda, cirrose hepática, que se não tratada no início, leva à morte.

No estômago, o etanol causa irritação da mucosa, dificultando a digestão e aumentando a produção de ácido gástrico, o que gera a sensação de enjôo e mal estar nos consumidores de álcool. Podem ocorrem vômitos, o que funciona como autodefesa contra a ação agressiva do álcool.

Nos rins, o consumo freqüente de bebidas alcoólicas causa maior vontade de urinar, não só pela grande quantidade de líquido ingerido, mas ainda, porque o etanol age na hipófise, uma glândula do cérebro que nesta situação inibe a produção de um hormônio que controla a absorção de água pelos rins. Quanto menor a quantidade de líquidos absorvidos, maior a quantidade de urina eliminada.

No cérebro, o álcool, mesmo chegando em pequena quantidade em relação a ingerida, apresenta grande efeito. Ele estimula os neurônios a liberarem uma grande quantidade de serotonina, um neurotransmissor que regula o prazer, o humor e a ansiedade, por isso a pessoa se apresenta eufórica. Outros dois neurotransmissores também são afetados. As moléculas de etanol inibem a liberação de glutamato, neurotransmissor que regula o GABA, este, passa a ser mais liberado no cérebro e faz com que os neurônios trabalhem menos, assim a pessoa perde a coordenação e o autocontrole.


No organismo em geral, o álcool tem apresenta diferentes conseqüências , isto depende da Concentração de Álcool no Sangue (CAS). Em níveis de CAS entre 0,03 e 0,12 as pessoas se tornam mais autoconfiantes, sua atenção diminui e seu raciocínio fica mais lento. Em níveis de 0,13 à 0,25 elas ficam sonolentas, apresentam problemas para lembrar e compreender coisas, os movimentos de seu corpo já não estão coordenados e ela pode apresentar problemas com os sentidos (audição, visão, paladar, tato, olfato). Em CAS com níveis de 0,25 à 0,4 as pessoas não conseguem ver nem se mover muito bem, ficam sonolentas, podem vomitar, apresentam lapsos de memória, ficam muito emotivas e não respondem a estímulos. Em concentrações de 0,4 à 0,5 a pessoa se encontra inconsciente, sente muito frio, sua respiração e seus batimentos cardíacos se apresentam lentos e ela corre risco de vida. Concentrações acima de 0,5 leva à morte.

Anorexia Alcoólica - Parte I

A anorexia alcoólica, diferentemente da anorexia nervosa que se caracteriza por uma insuficiente dieta alimentar visando a perda excessiva de peso, é uma doença ligada ao mesmo tempo à dependência alcoólica e à distúrbios alimentares.

A anorexia alcoólica é um distúrbio freqüente entre pessoas de faixa etária entre 20 e 40 anos, onde ocorre a perda da vontade de se alimentar em decorrência do intenso uso de álcool. Portanto esta doença seria mais uma conseqüência do alcoolismo que um doença propriamente dita. Ela, geralmente afeta os homens em maior número se comparada à anorexia nervosa.

Um dos motivos que pode levar os homens a apresentarem maior facilidade no consumo excessivo de álcool que mulheres, está ligado a sensação de prazer. Uma pesquisa recentemente publicada por pesquisadores da Universidade de Columbia e Yale aponta que o principal responsável pela predisposição masculina a álcool é a dopamina, que é liberada no cérebro quando há o consumo de álcool. A dopamina é um neurotransmissor ligado as sensações de prazer, ele também é liberado em situações de consumo de droga e sexo. Nos homens, este neurotransmissor, estimulado pelo álcool é liberado em maior quantidade do que nas pessoas do sexo feminino. Durante a pesquisa, o aumento dos níveis desta substância foram encontrados em uma área do cérebro ligada ao prazer e vício. Outra descoberta significativa foi que conforme a freqüência da ingestão de álcool aumenta, a quantidade de dopamina liberada diminui, o que pode influenciar na dependência alcoólica.

Porém, outro motivo ligado ao desenvolvimento da anorexia alcoólica, característico principalmente nas mulheres é a restrição de calorias e a busca por um visual magro e na moda. Estudos revelam que o alcoolismo feminino está relacionado à anorexia, bulimia, depressão e ansiedade.

O consumo intenso de álcool pode causar doenças no sistema digestivo, e ainda a perda de reflexos. “Ao ingerir o álcool, o alcoólico substitui a comida e seus nutrientes, agride todos os órgãos do aparelho digestivo” afirma a professora Magda Vaissman, do Instituto de Psicologia da UFRJ e chefe do departamento de Dependência da Associação Psiquiátrica do Rio de Janeiro.




domingo, 16 de janeiro de 2011

Automedicação.



Automedicação é definida como a ingestão de medicamentos sem a prescrição médica, na qual o próprio paciente decide qual medicamento utilizar. É um hábito muito comum, tanto no Brasil, quanto em outros países, e que põe em risco a saúde da população, agravando os efeitos colaterais dos remédios.
Um estudo chamado “Configuração do Complexo Econômico da Saúde”, realizado pela Unicamp a pedido do Ministério da Saúde, revela que pelo menos 50% das vendas dos medicamentos tradicionais no mercado brasileiro correspondem à automedicação. O estudo mostra que se o paciente ficar satisfeito com o remédio continuará comprando sem voltar ao médico. No Brasil, vários remédios, incluindo antibióticos, são vendidos sem receita. Além disso, o paciente faz o marketing boca a boca, indicando o remédio a parentes e amigos. Um veículo aliado à automedicação é a propaganda, a qual causa grande motivação no uso irracional e prejudicial de medicamentos. De acordo com os dados do Projeto de Monitoração de Propaganda da Anvisa, cerca de 90% dos comerciais apresentam algum tipo de irregularidade. A situação é mais alarmante na publicidade direcionada a médicos e farmacêuticos. Quinze por cento de 1,5 mil propagandas de medicamentos de venda sob prescrição analisadas pela Anvisa não apresentavam cuidados e advertências, 14% não alertavam sobre as contra-indicações e mais de 10% continham informações sem comprovação de estudos científicos.



A automedicação contém grandes riscos que devem ser considerados. Um exemplo é o remédio misoprostol, de uso muito comum entre as mulheres brasileiras para a prática abortiva, chamou atenção na comunidade científica internacional desde que se observou associar-se a malformações como a Síndrome Möbius( malformação crânio-facial) e malformações de membros. Estas foram observadas em filhos de pacientes que tiveram o abortamento frustrado com a utilização desta droga. Além dessas anormalidades, foram identificadas também: artrogipose, hidrocefalia, holoprosencefalia, e extrofia de bexiga.
A farmacêutica Sônia Brandão, responsável pela Farmácia Universitária da UFJF aponta três situações de risco da automedicação: a primeira é o efeito acumulativo, quando uma pessoa consome grande quantidade de um determinado remédio por muito tempo. Um exemplo é o princípio ativo corticóide, encontrado em antialérgicos. A droga, nesse caso, além de combater o antígeno da doença, extermina também as células imunológicas, enfraquecendo o sistema de defesa do organismo. Outra situação de risco é a superdosagem que pode causar intoxicações graves e provocar reações adversas. E por último a baixa dosagem. No caso de antibióticos, quando administrados em dosagens menores do que as recomendadas podem deixar a bactéria mais resistente, e fazendo com que o remédio perca o efeito.
Automedicação é um assunto muito sério e que deve ser enfatizado com o passar do tempo.
Cuidado com o uso de medicamentos:
• Quando você achar que tem algum problema de saúde, procure um médico.
• Evite recomendações de vizinhos, amigos, parentes ou mesmo de balconistas de farmácias ou drogarias. Não confunda o balconista da farmácia com o farmacêutico.
• Na consulta, informe ao médico se você já utiliza algum medicamento e se faz uso freqüente de bebidas alcoólicas.
• No momento de adquirir medicamentos de venda livre, produtos considerados de baixo risco para tratar males menores e recorrentes, como dor de cabeça, procure orientações do farmacêutico. Esse profissional também tem um importante papel para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Ele deve notificar às autoridades de saúde sobre a ocorrência de qualquer efeito adverso não esperado pelo uso de medicamentos.

Referências bibliográficas:
http://www.quiropraxia.tv.br/os-riscos-da-automedicacao/
http://automedicacaotecfarma.blogspot.com/2010/06/definicao-de-automedicacao.html
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/120/automedicacao
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000400001
http://www.acessa.com/arquivo/viver/vida_saudavel/1998/12/14-Os_riscos_da_auto_medicacao/

Postado por: Roberta Borges

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Anorexia nervosa.

A anorexia é, ultimamente, um assunto muito comentado na mídia, mas é exatamente por causa dela que esse distúrbio surgiu. A mudança de um padrão ‘rechonchudo’ para as modelos magérrimas provocaram sérios problemas entre as mulheres, pois elas pretendem ter o corpo tão vinculado pela mídia. Esse transtorno ocorre na maioria em mulheres, mas os homens também sofrem. A anorexia é a persistência de uma pessoa em manter seu peso abaixo do esperado para sua estatura e mesmo com o baixo peso, ainda se achar ‘gordo; isso implica qualquer coisa para emagrecer. Esses pacientes possuem metas absurdas e um transtorno psicológico muito grande. Metas como 40 kg para uma menina de 1,70m é comum, sendo que o ideal seria no mínimo de 55 kg. Essas pessoas ficam sem comer, tomam muita água para enganar o estômago, consomem muito chiclete, refrigerantes diet, chá preto e pouco comem, quando comem, provocando uma deficiência geral no organismo, pois não há consumo apropriado de nutrientes.



Eles, ainda, costumam malhar e fazer muitos exercícios que somados a tudo provoca um quadro grave. Comumente, não assumem a patologia, por isso passa a ser um tratamento delicado e em longo prazo; muitas pessoas vencem a anorexia, mas ficam pelo resto da vida controlando o peso e com algum estresse psicológico. O tratamento da anorexia não é muito difundido, mas tem varias vertentes com acompanhamento psicológico, nutricional até a internação nos casos mais graves, pois os pacientes não aceitam comer.



Os principais sintomas são: amenorréia ( durante 3 ciclos consecutivos), perda de peso, sensação de distensão abdominal, dor abdominal, obstipação (ritmo intestinal irregular com fezes duras) e outros. Mas o pior é quando o quadro se agrava e o paciente entra em um quadro de desnutrição, falha renal, gastrointestinal, endócrino, ósseo, ou seja, todo o corpo fica debilitado pela falta mínima de nutrientes para manter um bom funcionamento. Entre as anoréxicas há um mundo alternativo onde elas compartilham ‘dietas’, sentimentos, o que comeram ou o orgulho por estar a três dias sem comer, elas tratam a anorexia como uma amiga íntima chama ANA e ainda possuem gírias como: NF (‘no food’, ou seja, cortar a alimentação por alguns dias) e miando (vomitar).



Bibliografia:
http://www.psicosite.com.br/tra/ali/anorexia.htm
http://todaperfeita.com.br/bulimia-e-anorexia-sintomas-e-tratamentos/

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O desafio da altitude - 2



O efeito da altitude sobre o oxigênio e a hemoglobina

Quando se está em altitudes elevadas, a afinidade entre a hemoglobina e o oxigênio são diminuídas para que o oxigênio ligado a hemoglobina fique disponível para os tecidos do corpo. Benesch, Chanutin e Curnish demonstraram que a afinidade de uma solução de hemoglobina por oxigênio pode ser diminuída em sua interação com fosfatos orgânicos, em particular 2,3 -difosfoglicerato (2,3-DPG) . Uma vez que este composto é um elemento importante do fosfato orgânico de células vermelhas, que pode exercer uma função importante no controle do equilíbrio de oxigênio com a hemoglobina in vivo.

Fig.1- No sangue, as moléculas de hemoglobina e de gás oxigênio dissolvido estão em equilíbrio com a oxiemoglobina (hemoglobina combinada com oxigênio). Essa última é a responsável pela oxigenação do organismo, essencial à vida. Nas localidades de maior altitude há uma menor concentração de oxigênio no ar e, consequentemente, o equilíbrio mencionado é deslocado para a esquerda. Isso reduz a quantidade de oxiemoglobina presente no sangue, acarretando os problemas.

Um estudo foi realizado com sete indivíduos que moram no nível do mar, em Lima, Peru, para determinar a relação entre a dissociação do oxigênio e a concentração de fosfato orgânico nas hemácias dos indivíduos movidos de uma altitude para outra. Eles foram levados para Morococha (elevação 4.530 m, Po2 = 84 milímetros Hg), onde permaneceram por 144 h, antes de retornar ao nível do mar. Antes da subida, os valores de referência para a dissociação de O2Hb (Oxihemoglobina) das células vermelhas intactas e hemolisados, fosfatos orgânicos do sangue, e as medidas hematológicas padrão foram obtidos. Valores adicionais foram obtidos durante seis dias em alta altitude para análise. Outro grupo foi analisado, também um grupo de seis pessoas, mas residiam em Morococha e foram estudados lá e após a sua descida ao nível do mar. As amostras de sangue colhido em heparina foi utilizada em todas as medições. Com os dados coletados foi feita uma curva de dissociação de oxigênio. Todos os resultados apresentados neste trabalho são expressos como a tensão de oxigênio, em milímetros de mercúrio necessária para obter uma saturação de oxigênio de 50% a 37'C e pH 7,4 [P50 (7,4)].

Grupo I. A P50 ao valor do nível do mar de 26,6 mm Hg (DP ± 0,3) do primeiro grupo aumentou para 28,6 ± 0,6 no prazo de 12 horas após a ascensão ao Morococha e 31,0 ± 0,4 em 36 hr. Este aumento foi sustentado durante os cinco dias em altitudes elevadas, mas caiu após a descida e foi encontrado para ser 27,3 ± 0,7 por 60 horas. Isso é mostrado na figura abaixo.

A concentração média de 2,3-DPG a altura do mar foi de 90 ± 11 ug fósforo / ml de sangue. Esse número aumentou para 142 ± 8 às 36 horas, após se mudar para alta altitude; com 132 h, foi de 140 ± 10. Após retornar
ao nível do mar, este valor precipitou para 87 ± 13.

Grupo II. Os nativos de Morococha tinha uma P50 de 30,7 ± 0,6 mm Hg e uma concentração de 2,3-DPG de 155 ± 14 ug fósforo / ml de sangue. Na descida para o nível do mar diminuiu a PO2 para 28,6 ± 0,5 mm Hg em 12 horas e de 27,3 ± 0,8 em 36 hr. A nível correspondente de 2,3-DPG em 36 horas foi 109 ± 13. As medições finais feitas 84 horas após a descida mostrou uma PO2 de 28,3 ± 0,6 e um nível de 2,3-DPG de 87 ± 14.



O estudo mostra que, em resposta à hipoxia de altitude, o deslocamento de 02Hb da curva de dissociação ocorre rapidamente. Dentro de 2 dias após a subida até 4530 m, o P50 de terras baixas atingiu o valor vigente em moradores da região montanhosa. Esta mudança representa uma importante vantagem fisiológicas, tornando o oxigênio mais disponível para os tecidos, em qualquer tensão de oxigênio dado. Conseqüentemente, há uma necessidade menor de aumento do gasto cardíaco, um mecanismo que serviria o mesmo propósito, mas a um custo maior para a economia do corpo. Em contrapartida a supressão do estresse hipóxico em habitantes das terras altas que mudaram-se para o nível do mar provoca uma queda rápida da P50. A resposta, portanto, está relacionado com suprimento de oxigênio e pressão parcial de oxigênio do tecido e não se correlaciona com o nível de hemoglobina.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O desafio da altitude - 1


Foi durante a conquista dos Incas, no Peru, que os espanhóis perceberam que a alta altitude poderia influenciar no funcionamento normal do organismo de pessoas acostumadas a viverem no nível do mar. Séculos depois, Jourdanet e Bert começaram estudos científicos sobre a efeitos no homem em altas altitudes e pressão barométrica baixa. São poucas as dúvidas sobre o homem conseguir se adaptar em ambientes hostis de pouco oxigênio, pois prova disso é o grande número de populações que vivem em altas altitudes.
Fig.1- Homem tibetano.

Estudos mostraram que os tibetanos tem menos oxigênio em seu sangue do que outros povos, eles têm dez vezes mais óxido nítrico e o dobro do fluxo de sangue em seus antebraços do que povos que vivem em altitudes baixas. O óxido nítrico causa a dilatação dos vasos sanguíneos, permitindo que o sangue flua com maior rapidez às extremidades, e facilitando a liberação de oxigênio para os tecidos. Como resultado da adaptação do organismo à região, os tibetanos não demonstram vasoconstrição pulmonar com a falta de oxigénio e mantêm um metabolismo aeróbio normal.
Praticas esportivas em ambientes de alta altitude vem se tornando mais comum com o tempo, como o montanhismo, o alpinismo e o esqui e elas podem levar a uma exposição prolongada ou esporádica a ambientes de hipoxia hipobárica e agredir o organismo causando problemas como Doenças ou Males de Altitude (altitude sickness).
O mal da altitude nada mais é senão a dificuldade do organismo em absorver oxigênio devido a baixa pressão parcial de oxigênio (PO2), pois conforme a altitude vai aumentando o ar atmosférico vai diminuindo e conseguir O2 a partir dele vai se tornando um processo mais difícil. Com isso, temos que respirar mais para conseguir absorver a mesma quantidade de O2 de quando estamos ao nível do mar. Isso gera uma sensação de falta de ar, ou, como se não fosse possível aspirar.
A baixa disponibilidade de oxigênio para os tecidos orgânicos resulta na Hipoxia, que é o metabolismo em baixa oxigenação. O oxigênio chega as células através de funções agregadas do aparelho respiratório, cardiovascular e sistemas hematológico que ajudem a passagem de moléculas de gás a partir da atmosfera para os tecidos. Quando os tecidos recebem uma quantidade precária de oxigênio, uma situação de hipoxia é instalada. Como o ar é compressível, o número de moléculas de gases que ele contém é maior em baixas altitudes e a pressão barométrica, que depende da concentração molecular do ar, assim também diminui com o aumento da altitude. O principal problema da hipoxia de altitude elevada é que o oxigênio do ar em alta altitude é menos concentrado e está em uma pressão menor do que na baixa altitude.
Fig. 2- Hipoxia a nível celular. [imagem grande, copiar o link e colar no navegador]




Sintomas de Hipoxía de altitude elevada
Os sintomas incluem: falta de ar, desconforto respiratório, cansaço físico e mental, pulsação rápida, sono interrompido, dores de cabeça e intensificada por atividade. Pode ocorrer também algumas ligeiras pertubações digestivas e em alguns casos uma visível perda de peso. Em altitudes acima de 4500 m pode ocorrer uma diminuição da agilidade visual, menstruação dolorosa e sangramento das gengivas. Alguns efeitos podem ser evidente em 1500 m. Acima de 3000 metros os efeitos fisiológicos tornam-se cada vez mais evidente e inevitável aos limites fisiológicos da tolerância humana.
Fig 3. - No Everest, ponto mais alto do planeta, a mais de 8000 metros, a pressão é menor que 1/3 de uma atmosfera. Nessa altitude, só com máscara de oxigênio. Os animais que vivem nas altas montanhas têm coração e pulmão maiores que o normal dos outros bichos. A vicunha, por exemplo, que vive nos Andes, tem 3 vezes mais glóbulos vermelhos por milímetro cúbico de sangue que um homem do litoral.

Referências Bibliográficas:

  • Frisanch, A. Roberto . Functional adaptation to high altitude hypoxia [carta]. Scienc. 1975. Disponível em: http://courses.csusm.edu/lbst361bby/~DATA/~EVEREST-site/3_MEDICAL/studies/75_SCI_Hypoxia.pdf;
  • Magalhães, J. Duarte, J. Ascensão, A. Oliveira, J. Soares, J. O desafio da altitude. Uma persepctiva fisiológica [carta]; Faculdade de Ciências do Desporto de Ed. Física - Univerisade do Porto, Portugal. 2002;
  • CLAUDE LENFANT, JOHN TORRANCE, EUGENIA ENGLISH, CLEMENT A. FINCH. Effect of Altitude on Oxygen Binding by Hemoglobin and on Organic Phosphate Levels [carta]. From the Departments of Medicine and of Physiology and Biophysics, University of Washington School of Medicine, Seattle, Washington 98105, and the Faculty of Medicine, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Lima, Peru. 1968. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC297436/;
  • Jorde, Lynn. Genes tibetanos dão mais resistência à altitude [internet]. Ciência Hoje. 2010 [10/01/2010]. Disponível em: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=42598&op=all



domingo, 9 de janeiro de 2011

Extremo das Altitudes

Esse vídeo é uma introdução ao próximo post e mostra os efeitos fisiológicos da altitude no homem. Foi retirado do site: Discoverybrasil.com

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Conseqüências da busca pelo corpo perfeito......Parte III


Muita gente sabe que, conseguir um corpo perfeito( seja esbelto ou musculoso) é algo que acontece à longo prazo, e que requer muita dedicação e paciência. Mas algumas pessoas, principalmente os jovens, não esperam o tempo necessário e acabam procurando outros meios para obter resultados mais rápido.

Um desses meios são os esteróides anabolizantes, que são sendo utilizados com mais frequência pelos jovens escolares e em academias. Porém, o uso destes produtos pode acarretar uma série de problemas sérios na saúde física e psicológica dos usuários.

Esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) são os hormônios que apresentam um núcleo básico derivado da estrutura química do colesterol, ou seja, hormônios de natureza lipídica. Eles formam um grupo sintético derivado da testosterona. Quando surgiram, os EAA eram utilizados com fins terapêuticos, como por exemplo, para tratamento de androgenia natural, recuperação de cirurgias e atrofias musculares, por melhorarem o balanço nitrogenado em estados catabólicos, prevenindo a perda de massa magra e reduzindo o aumento do tecido adiposo. Contudo, o uso dessas substâncias se destacou no meio esportivo pelo fato das propriedades anabólicas proporcionarem aumento da massa muscular, desenvolvimento de força e melhora no desempenho físico.

Os EAA podem ser administrados por via oral e injetável. Estas substâncias podem atuar diretamente em receptores específicos, sendo que, uma vez na circulação, elas são transportadas pela corrente sanguínea como mensageiros, na forma livre ou combinada às moléculas transportadoras, mas somente na sua forma livre difundem-se diretamente através da membrana plasmática de células-alvo ligando-se a receptores protéicos intracelulares. Este processo de entrada na célula, por si só, gera maior produção de AMPc (Adenosina monofosfato cíclico), aumentando o metabolismo celular. Dentro da célula (citoplasma), a molécula de esteróide ligada ao receptor androgênico específico migra para o núcleo celular, onde inicia o processo de transcrição gênica e, conseqüentemente, de transdução protéica, a qual modula as ações celulares dependentes de andrógeno.
Os esteróides anabólicos interferem na síntese protéica. Como o organismo produz seus próprios esteróides naturais, e para isso já obedece ao estímulo do treinamento físico, provocando o anabolismo das fibras musculares, o uso de esteróides acrescenta trabalho para as células, que acabam superprovidas de proteínas; como as células musculares não se multiplicam, o que resta é ter seu volume aumentado.

Conseqüências orgânicas do uso de EAA podem ocorrer em diversos sistemas. Na pele: acne, aumento de pelos corporais e calvície. No fígado: colestase(redução do fluxo biliar) e tumores hepáticos. No sistema nervoso central: convulsões, dor de cabeça e trombose do seio sagital. No metabolismo: intolerância à glicose, aumento de LDL colesterol e diminuição do HDL colesterol. No sistema endócrino: atrofia testicular temporária, dificuldade urinária e ginecomastia.

São ainda descritos quadros psiquiátricos associados ao uso dos EAA. Na validade do uso: psicoses ou sintomas psicóticos, mania ou hipomania, ansiedade e/ ou pânico e comportamento violento. Na retirada da droga podem ocorrer quadros depressivos. A insatisfação com a imagem corporal é citada como um fator que predisporia os usuários à dependência.

Um tipo de transtorno dismórfico corporal está francamente associado ao uso de EAA. Denominado “dismorfia muscular”, caracteriza-se pelo fato de homens, mesmo sendo musculosos e “grandes” (como se entitulam), têm medo de parecerem fracos e “pequenos” e algumas vezes consideram que sua massa magra é insuficiente. A preocupação excessiva com a musculatura causa ansiedade e prejuízo social, ocupacional e em outras áreas de funcionamento. Há uma excessiva preocupação com o treinamento físico e com a dieta, o que pode levar ao uso destas substâncias ergogênicas.

Referências bibliográficas:

http://www.scamilo.edu.br/pdf/mundo_saude/56/02_esteroides.pdf

http://www.fabiosaba.com.br/2009/03/18/perigo-esteroides-anabolizantes/

http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_04.htm