domingo, 16 de janeiro de 2011

Automedicação.



Automedicação é definida como a ingestão de medicamentos sem a prescrição médica, na qual o próprio paciente decide qual medicamento utilizar. É um hábito muito comum, tanto no Brasil, quanto em outros países, e que põe em risco a saúde da população, agravando os efeitos colaterais dos remédios.
Um estudo chamado “Configuração do Complexo Econômico da Saúde”, realizado pela Unicamp a pedido do Ministério da Saúde, revela que pelo menos 50% das vendas dos medicamentos tradicionais no mercado brasileiro correspondem à automedicação. O estudo mostra que se o paciente ficar satisfeito com o remédio continuará comprando sem voltar ao médico. No Brasil, vários remédios, incluindo antibióticos, são vendidos sem receita. Além disso, o paciente faz o marketing boca a boca, indicando o remédio a parentes e amigos. Um veículo aliado à automedicação é a propaganda, a qual causa grande motivação no uso irracional e prejudicial de medicamentos. De acordo com os dados do Projeto de Monitoração de Propaganda da Anvisa, cerca de 90% dos comerciais apresentam algum tipo de irregularidade. A situação é mais alarmante na publicidade direcionada a médicos e farmacêuticos. Quinze por cento de 1,5 mil propagandas de medicamentos de venda sob prescrição analisadas pela Anvisa não apresentavam cuidados e advertências, 14% não alertavam sobre as contra-indicações e mais de 10% continham informações sem comprovação de estudos científicos.



A automedicação contém grandes riscos que devem ser considerados. Um exemplo é o remédio misoprostol, de uso muito comum entre as mulheres brasileiras para a prática abortiva, chamou atenção na comunidade científica internacional desde que se observou associar-se a malformações como a Síndrome Möbius( malformação crânio-facial) e malformações de membros. Estas foram observadas em filhos de pacientes que tiveram o abortamento frustrado com a utilização desta droga. Além dessas anormalidades, foram identificadas também: artrogipose, hidrocefalia, holoprosencefalia, e extrofia de bexiga.
A farmacêutica Sônia Brandão, responsável pela Farmácia Universitária da UFJF aponta três situações de risco da automedicação: a primeira é o efeito acumulativo, quando uma pessoa consome grande quantidade de um determinado remédio por muito tempo. Um exemplo é o princípio ativo corticóide, encontrado em antialérgicos. A droga, nesse caso, além de combater o antígeno da doença, extermina também as células imunológicas, enfraquecendo o sistema de defesa do organismo. Outra situação de risco é a superdosagem que pode causar intoxicações graves e provocar reações adversas. E por último a baixa dosagem. No caso de antibióticos, quando administrados em dosagens menores do que as recomendadas podem deixar a bactéria mais resistente, e fazendo com que o remédio perca o efeito.
Automedicação é um assunto muito sério e que deve ser enfatizado com o passar do tempo.
Cuidado com o uso de medicamentos:
• Quando você achar que tem algum problema de saúde, procure um médico.
• Evite recomendações de vizinhos, amigos, parentes ou mesmo de balconistas de farmácias ou drogarias. Não confunda o balconista da farmácia com o farmacêutico.
• Na consulta, informe ao médico se você já utiliza algum medicamento e se faz uso freqüente de bebidas alcoólicas.
• No momento de adquirir medicamentos de venda livre, produtos considerados de baixo risco para tratar males menores e recorrentes, como dor de cabeça, procure orientações do farmacêutico. Esse profissional também tem um importante papel para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Ele deve notificar às autoridades de saúde sobre a ocorrência de qualquer efeito adverso não esperado pelo uso de medicamentos.

Referências bibliográficas:
http://www.quiropraxia.tv.br/os-riscos-da-automedicacao/
http://automedicacaotecfarma.blogspot.com/2010/06/definicao-de-automedicacao.html
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/120/automedicacao
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000400001
http://www.acessa.com/arquivo/viver/vida_saudavel/1998/12/14-Os_riscos_da_auto_medicacao/

Postado por: Roberta Borges

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