quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Conseqüências da busca pelo corpo perfeito......Parte III


Muita gente sabe que, conseguir um corpo perfeito( seja esbelto ou musculoso) é algo que acontece à longo prazo, e que requer muita dedicação e paciência. Mas algumas pessoas, principalmente os jovens, não esperam o tempo necessário e acabam procurando outros meios para obter resultados mais rápido.

Um desses meios são os esteróides anabolizantes, que são sendo utilizados com mais frequência pelos jovens escolares e em academias. Porém, o uso destes produtos pode acarretar uma série de problemas sérios na saúde física e psicológica dos usuários.

Esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) são os hormônios que apresentam um núcleo básico derivado da estrutura química do colesterol, ou seja, hormônios de natureza lipídica. Eles formam um grupo sintético derivado da testosterona. Quando surgiram, os EAA eram utilizados com fins terapêuticos, como por exemplo, para tratamento de androgenia natural, recuperação de cirurgias e atrofias musculares, por melhorarem o balanço nitrogenado em estados catabólicos, prevenindo a perda de massa magra e reduzindo o aumento do tecido adiposo. Contudo, o uso dessas substâncias se destacou no meio esportivo pelo fato das propriedades anabólicas proporcionarem aumento da massa muscular, desenvolvimento de força e melhora no desempenho físico.

Os EAA podem ser administrados por via oral e injetável. Estas substâncias podem atuar diretamente em receptores específicos, sendo que, uma vez na circulação, elas são transportadas pela corrente sanguínea como mensageiros, na forma livre ou combinada às moléculas transportadoras, mas somente na sua forma livre difundem-se diretamente através da membrana plasmática de células-alvo ligando-se a receptores protéicos intracelulares. Este processo de entrada na célula, por si só, gera maior produção de AMPc (Adenosina monofosfato cíclico), aumentando o metabolismo celular. Dentro da célula (citoplasma), a molécula de esteróide ligada ao receptor androgênico específico migra para o núcleo celular, onde inicia o processo de transcrição gênica e, conseqüentemente, de transdução protéica, a qual modula as ações celulares dependentes de andrógeno.
Os esteróides anabólicos interferem na síntese protéica. Como o organismo produz seus próprios esteróides naturais, e para isso já obedece ao estímulo do treinamento físico, provocando o anabolismo das fibras musculares, o uso de esteróides acrescenta trabalho para as células, que acabam superprovidas de proteínas; como as células musculares não se multiplicam, o que resta é ter seu volume aumentado.

Conseqüências orgânicas do uso de EAA podem ocorrer em diversos sistemas. Na pele: acne, aumento de pelos corporais e calvície. No fígado: colestase(redução do fluxo biliar) e tumores hepáticos. No sistema nervoso central: convulsões, dor de cabeça e trombose do seio sagital. No metabolismo: intolerância à glicose, aumento de LDL colesterol e diminuição do HDL colesterol. No sistema endócrino: atrofia testicular temporária, dificuldade urinária e ginecomastia.

São ainda descritos quadros psiquiátricos associados ao uso dos EAA. Na validade do uso: psicoses ou sintomas psicóticos, mania ou hipomania, ansiedade e/ ou pânico e comportamento violento. Na retirada da droga podem ocorrer quadros depressivos. A insatisfação com a imagem corporal é citada como um fator que predisporia os usuários à dependência.

Um tipo de transtorno dismórfico corporal está francamente associado ao uso de EAA. Denominado “dismorfia muscular”, caracteriza-se pelo fato de homens, mesmo sendo musculosos e “grandes” (como se entitulam), têm medo de parecerem fracos e “pequenos” e algumas vezes consideram que sua massa magra é insuficiente. A preocupação excessiva com a musculatura causa ansiedade e prejuízo social, ocupacional e em outras áreas de funcionamento. Há uma excessiva preocupação com o treinamento físico e com a dieta, o que pode levar ao uso destas substâncias ergogênicas.

Referências bibliográficas:

http://www.scamilo.edu.br/pdf/mundo_saude/56/02_esteroides.pdf

http://www.fabiosaba.com.br/2009/03/18/perigo-esteroides-anabolizantes/

http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_04.htm



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