segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Anorexia Alcoólica - Parte II

O principal ingrediente do álcool são moléculas de etanol. Assim que a pessoa toma um gole de bebidas alcoólicas, uma pequena parte destas moléculas já entra na corrente sanguínea através da mucosa da boca. O álcool passa pelo esôfago e chega ao estômago, quando a substância deixa essa parte do sistema digestório, 25% dela já caiu na corrente sanguínea, o resto vai para o sangue quando chega no intestino delgado, local de numerosos vasos e membranas permeáveis.


Uma vez as moléculas de etanol presentes na corrente sanguínea, será só questão de tempo para elas se espalharem por todas as células o organismo. Porém, o fígado tem posição estratégica no corpo, e o sangue que está carregando o etanol rapidamente cai no fígado, lá, ele é metabolizado e depois volta para o sangue que irá levá-lo para o cérebro.

No fígado, se há consumo exagerado de álcool, as células hepáticas começam a acumular gordura. Podem ocorrer inflamação e destruição das células resultando em hepatite alcoólica. Pode ocorrer ainda, cirrose hepática, que se não tratada no início, leva à morte.

No estômago, o etanol causa irritação da mucosa, dificultando a digestão e aumentando a produção de ácido gástrico, o que gera a sensação de enjôo e mal estar nos consumidores de álcool. Podem ocorrem vômitos, o que funciona como autodefesa contra a ação agressiva do álcool.

Nos rins, o consumo freqüente de bebidas alcoólicas causa maior vontade de urinar, não só pela grande quantidade de líquido ingerido, mas ainda, porque o etanol age na hipófise, uma glândula do cérebro que nesta situação inibe a produção de um hormônio que controla a absorção de água pelos rins. Quanto menor a quantidade de líquidos absorvidos, maior a quantidade de urina eliminada.

No cérebro, o álcool, mesmo chegando em pequena quantidade em relação a ingerida, apresenta grande efeito. Ele estimula os neurônios a liberarem uma grande quantidade de serotonina, um neurotransmissor que regula o prazer, o humor e a ansiedade, por isso a pessoa se apresenta eufórica. Outros dois neurotransmissores também são afetados. As moléculas de etanol inibem a liberação de glutamato, neurotransmissor que regula o GABA, este, passa a ser mais liberado no cérebro e faz com que os neurônios trabalhem menos, assim a pessoa perde a coordenação e o autocontrole.


No organismo em geral, o álcool tem apresenta diferentes conseqüências , isto depende da Concentração de Álcool no Sangue (CAS). Em níveis de CAS entre 0,03 e 0,12 as pessoas se tornam mais autoconfiantes, sua atenção diminui e seu raciocínio fica mais lento. Em níveis de 0,13 à 0,25 elas ficam sonolentas, apresentam problemas para lembrar e compreender coisas, os movimentos de seu corpo já não estão coordenados e ela pode apresentar problemas com os sentidos (audição, visão, paladar, tato, olfato). Em CAS com níveis de 0,25 à 0,4 as pessoas não conseguem ver nem se mover muito bem, ficam sonolentas, podem vomitar, apresentam lapsos de memória, ficam muito emotivas e não respondem a estímulos. Em concentrações de 0,4 à 0,5 a pessoa se encontra inconsciente, sente muito frio, sua respiração e seus batimentos cardíacos se apresentam lentos e ela corre risco de vida. Concentrações acima de 0,5 leva à morte.

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